sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Kitsch de que fala o Brechó - Um Dia nós Ainda Vamos Entender

O Culto como Kitsch ou o Kitsch como Culto 
Citando agora Abraham Moles talvez o Kitsch possa ter uma função pedagógica, se fôr usado como uma passagem para atingir o genuíno, ou seja que se faça a cult(ura)ção das massas com cult(ura) verdadeira que permita a sua evolução e não a sua estratificação.

A nossa cult(ura), totalmente auto-intoxicada pelos sub-produtos venenosos da sociedade tecnológica, do egocentrismo e etnocentrismo ideológico, herdada e projectada pela atitude dominadora do Poder, que considera a alteração dos estados de consciência induzidada pela verdadeira cult(ura) como errada, onanista, perigosa, perversa e anti-social, em que a supressão da gnose artística nos rouba o significado verdadeiro de vida, tornando-nos inimigos de nós própros, do planeta e mesmo das gerações vindouras, para manter intacto os pressupostos enganadores do estilo cult(ural) como ego dominador das atuais classes governantes.

É chegado pois o tempo de mudança.


Assim hoje em dia a verdadeira cult(ura) é considerada pelos valores das classes dominantes , como um Kitsch, de mau gosto, de loucos ou párias sociais, incomodativo, popularista ou de terrorismo destrutivo dos valores estabelecidos e interiorizados pela emergência da modernidade materialista.

O Macarthismo nos Estados Unidos começou por perseguir os verdadeiros artistas que não estavam de acordo com os valores vigentes acusando-os de Kitsch comunista, que a longo prazo tornou Hollywood na fábrica de sonhos do Kitsch atual

Talvez seja pois tempo de desenvolver e aprofundar e não deixar cair a verdadeira cult(ura), como forma de luta contra esta reversão de valores imposta pelo Kitsch dominante, e afinal ser kitschs hoje talvez seja ser vanguardista pois se a verdadeira cultura choca com as noções estabelecidas do que é “bom-gosto”, então ela pode ser considerada um kitsch no ponto de vista do establishement .

Daí como diziamos no princípio deste artigo este site* tem um nome que envolve dois conceitos propositada ou aparentemente contraditórios. Se calhar ser Kitsch hoje é lutar por uma cult(ura) considerada pelo status quo do Poder e pela classe média por ele politizada, como aberrante, disfuncional, agressiva ou fora de moda .
É preciso entender este dilema histórico em que toleramos que o poder da religião, dos politícos e dos cientistas, que através dos seus associados, a MÍDIA, absurdamente nos ditem onde é legítimo usar a imaginação humana, eliminando a curiosidade e gerando a desinformação e a ignorância como forma de controle, criando pois a impossibilidade de quebrar com o senso-comum, que sempre foi o catalisador das mudanças sociais e políticas.

Assim o poder estabelecido está em estado de esclerose autogerada, o que normalmente leva a dissoluções violentas e disrruptivas do status quo vigente.

É pois o momento de nos rendermos á evidência que é necessário e que devemos transformar as nossa mentes.
(*http://www.cultkitsch.org/    (Copie)

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